“Em 1930 o 1.º Congresso de Engenharia e em 1933 o 1.º Congresso da Indústria Portuguesa assinalam a ascensão social deste grupo profissional, que crescia em número e influência, se afirmava como parceiro indispensável da política de Obras Públicas do Estado Novo, mas aspirava a mais. São os engenheiros, segundo Rodrigues [M.L. Rodrigues, Os engenheiros em Portugal: profissionalização e protagonismo. Oeiras: Celta, 1999], que afirmam a ideologia tecnocrática, posicionando-se como nova elite dirigente para a nova ordem e modelo de desenvolvimento industrial. É neste contexto que se configurou uma divisão de territórios profissionais entre engenheiros e arquitectos, muito diferente do que na época era dominante na Europa onde aos arquitectos (entretanto em número crescente e já beneficiando de um perfil de formação com componentes técnicas reforçadas, enquanto em Portugal o crescimento era reduzido e o perfil artístico académico se prolongava) era reservado o projecto e a direcção de obras nos edifícios, e os engenheiros se ocupavam essencialmente de obras públicas de infra-estruturação.”
Brandão, P. (2006). O arquitecto e outras imperfeições. Ética, identidade e prospectiva da profissão (pp. 131-132). Lisboa: Livros Horizonte.
Na Europa dos 25 países considerados pelo estudo feito para o Conselho dos Arquitectos da Europa em 2012 há 156 mil escritórios de arquitectura. Se se considerar os 33 países, esse número sobe para 164 mil. 63 por cento dos escritórios têm uma só pessoa; 18 por cento contam com dois profissionais; 15 por cento têm entre 3 e 5 pessoas. Ou seja, somente 44 por cento dos escritórios na Europa têm mais de 5 membros.
Conseil des Architectes d’ Europe; Mirza & Nacey Research (2012). La profession d’ architecte en Europe 2012. Une étude du secteur commandité par le Conseil des Architectes d’ Europe (versão em língua francesa) (p. 38). Bruxelas; Ford, Arundel: Autor.
“[…] 2/3 dos arquitectos portugueses têm menos de 40 anos e entraram na profissão há década e meia no máximo, ou seja, no início dos anos ’90. O rejuvenescimento da profissão é, por conseguinte, não só um fenómeno recente – sendo claramente posterior ao 25 de Abril, acelerou-se sobretudo no final dos anos ’80, acompanhando a relativa massificação do ensino superior – como absolutamente radical: em 1974, havia em Portugal 935 arquitectos inscritos no Sindicato Nacional dos Arquitectos, tendo este número aumentado exponencialmente desde então!”
Cabral, M. V. (coord.), Borges, V. (2006). Relatório Profissão: Arquitecto/a. Estudo promovido pela Ordem dos Arquitectos (p. 27). Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
“Em 1998 nas mais de 20 escolas de Arquitectura haveria cerca de 6000 alunos. Dos 200 novos arquitectos por ano, que foi a média na década de 80, passava-se na de 90 para 500 e na próxima, o número de arquitectos duplicará. Com uma oferta em crescimento explosivo e um mercado mais aberto, a pergunta que se colocava era, como competirão entre si os arquitectos? O padrão ético herdado, será então ainda aplicável? Aquilo que não foi possível fazer em período farto (exclusividade em parcela significativa do mercado, expansão para novos territórios, regulamentação das missões, das condições de acesso à encomenda, dos instrumentos contratuais, dos honorários, formação ética) será possível quando a luta pela sobrevivência passar para o nível do ‘vale tudo’?”
Brandão, P. (2006). O arquitecto e outras imperfeições. Ética, identidade e prospectiva da profissão (p. 121). Lisboa: Livros Horizonte.
“Quarenta por cento dos arquitectos têm menos de 40 anos, 39 por cento têm entre 40 e 54 anos e 20 por cento pelo menos 55 anos. A faixa etária com mais arquitectos é a que se situa entre os 35 e 39 anos. Os níveis mais elevados de jovens arquitectos são registados em Portugal, Espanha, Malta, Turquia, Grécia, Luxemburgo e Bélgica, em que mais de 60 por cento dos profissionais têm menos de 45 anos.” [25 países considerados]
Conseil des Architectes d’ Europe; Mirza & Nacey Research (2012). La profession d’ architecte en Europe 2012. Une étude du secteur commandité par le Conseil des Architectes d’ Europe (versão em língua francesa) (p. 21). Bruxelas; Ford, Arundel: Autor.
“Proporcionalmente à população, a densidade mais elevada de arquitectos – ou seja, o número de arquitectos por mil habitantes – encontra-se em Itália (2,4 por mil habitantes), na Dinamarca, em Portugal, em Malta, na antiga república jugoslava da Macedónia e na Grécia (que contam, cada um, com 1,5 arquitectos por mil habitantes). A densidade global dos arquitectos na Europa é de 0,9 arquitectos por mil habitantes.” [33 países considerados]
Conseil des Architectes d’ Europe; Mirza & Nacey Research (2012). La profession d’ architecte en Europe 2012. Une étude du secteur commandité par le Conseil des Architectes d’ Europe (versão em língua francesa) (p. 12). Bruxelas; Ford, Arundel: Autor.